quarta-feira, 6 de junho de 2007

Histórias de vida riquíssimas.

Adriana: Ela disse que todas as que fazem aplicação de silicone o faziam com dinheiro da rua….e eu disse para mim: eu vou ter que experimentar…eu vou ter que descer para a rua e experimentar. Só que lá em S. Paulo existe assim…ruas, avenidas…tem sempre uma chefe, uma travesti das antigas é a chefe, toma conta daquele local, só fica quem ela quer, só deixa trabalhar quem ela quer. Tem muitas que elas deixam lá trabalhar, pagando propinas para ela, na minha época era assim. Hoje dizem que acabou mais isso…dizem…na época era assim…aí eu fui…eu fui, fiquei no quarto da minha amiga e desci. Eu fui para a rua e quando cheguei na rua, tinha umas seis assim na esquina conversando. Cheguei e fui falar com uma delas…cheguei e disse assim: oi gente, tudo bom? Boa noite para vocês… uma delas se virou para mim, fiquei sabendo que o nome dela era não sei quê Baiana, era da Baía, virou para mim e cuspiu na minha cara…ela escarrou catarro na minha cara, falou que não tinha que estar naquele ponto, que ali era delas…eu pedi desculpa, limpei o rosto porque lá é aquele negócio, quando se mata uma travesti a polícia agradece, até uma travesti que mata uma outra a polícia nem sequer procura saber quem foi, fazem aquela cena da hora e depois abafam o caso. Então eu voltei para casa, fiquei com medo…voltei para casa e a menina que estava comigo na casa disse: não! Volta lá na rua, então e tal…aí eu voltei, ela foi e me apresentou para quem tomava conta da rua, que era a Sandra, Sandra Bolo, ela era muito grandona e chamavam ela de Sandra Bolo e que aconteceu…ela disse: fica, mas olha, fica do outro lado e não fica deste lado aqui da rua, era uma avenida grande e só eu fiquei desse lado, em contra-mão, que era difícil os homens pararem, fiquei do lado pior, fiquei do lado pior da história (risos).
As identidades estão devidamente salvaguardadas.
Obrigado Adriana. Sempre de bom humor!

1 comentário:

R disse...

Impressionante...