terça-feira, 16 de novembro de 2010

Família

Olá, a ausência faz-se sentir numa omnipresença sufocante de um trabalho sem fim. Sim, a matéria em apreço continua a ser a mesma, migrações, globalização, género, desvio, travestis e prostituição. Quem trabalha sobre migrações, sabe que um dos catalizadores do seu crescimento é a procura de melhores condições de vida, o desejo de ter uma casa própria no país de origem, de melhorar as condições de vida dos familiares distantes, originando muitas das vezes novas formas de organização familiar. No início deste empreendimento não material, a ideia preconceituosa de que o antropólogo parte para proceder à sua desconstrução, era a de que as migrações transnacionais da prostituição travesti brasileira para a europa se consubstanciavam em moldes diversos de todas as outras. Tal não é verdade, a começar pelo tópico com que iniciei este post. Na verdade os brasileiros sabem que a ajuda monetária à família é um dos objectivos da sua emigração, e inseridos nesse modelo de cidadania e sociedade, tendo como base a célula vital de toda a organização humana, ou seja a família, as travestis tal como a maioria dos migrantes enviam remessas periodicamente para o Brasil, com o intuito de ajudar a família. Um item interessante a ser analisado a partir desta constatação serão as novas formas de organização familiar, sua estruturação e/ou reatamento de relações familiares outrora moribundas que emergem destas novas relações de dependência transnacionais.