As migrações de proveniência Indiana datam de há 2000 anos atrás, no entanto o seu aumento sucede no século XIX, numa primeira fase em 1830 integram-se no que se convencionou chamar de sistema de recrutamento de trabalho no contexto colonial, como resultado directo da abolição da escravatura. Num segundo período ou tipo, visto por vezes se cruzarem temporalmente, observa-se a emigração de Indianos para ocuparem nichos económicos que eram do interesse das potencias coloniais, nomeadamente nas primeiras tentativas de urbanização e de introdução do capitalismo na África oriental, incentivados pelo Sultão de Omã no caso do leste de África. Ao passo que no primeiro caso eram essencialmente homens os migrantes, no segundo assiste-se a um fenómeno migratório acompanhado por um chamar das famílias, mais rápido em certas castas e comunidades que noutras. Simultaneamente processavam-se fluxos de hindus para o leste de África, inicialmente Zanzibar e Durban. Com as restrições legislativas à entrada por estes pontos estratégicos de acesso, Lourenço Marques em Moçambique, torna-se uma alternativa, sendo que neste caso a maioria provinha do Gujarati:
Por acréscimo, se inicialmente a migração era masculina e temporária, a consolidação da posição económica e social dos Gujaratis nas colónias bem como a progressiva terciarização das sociedades coloniais associada à criação de novos hábitos de consumo, favoreceram a chamada de familiares (e de mulheres) e conterrâneos.
Constituindo, na sua maioria, um satélite de um sistema sócio – cultural pluri – espacial - cujos espaços de referência e de irradicação original coincidem com a ilha de Diu e com algumas aldeias e cidades do Gujarate (Porbandar, Rajkot, Surat, etc.) – muitas das famílias hindus actualmente residentes em Portugal continuaram a velha tradição de migração para a costa oriental de África e, nomeadamente, para Moçambique, típica dos seus antepassados de casta.
A migração hindu – gujarati para Moçambique foi selectiva, só determinadas castas a integraram como seja o caso dos Bhatia e dos Patel e minoritariamente os Darji, Soni, Mochi, Kumbhar,etc. Não raras vezes envolveu igualmente, passagens pela África do Sul, Quénia ou Tanzânia.
Por sua vez, a consolidação gradual da posição sócio – económica dos hindus Gujaratis em Moçambique, favoreceu a chamada de mais conterrâneos (parentes próximos ou distantes, da mesma casta, da mesma aldeia, etc.), bem como de mulheres (de várias gerações), o que modificou substancialmente o padrão masculino e temporário de fixação nos séculos anteriores.
No entanto a análise comparativa de histórias de família afastará a visão de uma emigração homogénea, houve outros percursos, no entanto e para o caso que pretendo analisar, vão relevar essencialmente as que provinham da casta dos pedreiros (artífices, artesãos) e que investiram preferencialmente em Portugal, trabalhando na construção de fortalezas, edifícios, etc.
Por acréscimo, se inicialmente a migração era masculina e temporária, a consolidação da posição económica e social dos Gujaratis nas colónias bem como a progressiva terciarização das sociedades coloniais associada à criação de novos hábitos de consumo, favoreceram a chamada de familiares (e de mulheres) e conterrâneos.
Constituindo, na sua maioria, um satélite de um sistema sócio – cultural pluri – espacial - cujos espaços de referência e de irradicação original coincidem com a ilha de Diu e com algumas aldeias e cidades do Gujarate (Porbandar, Rajkot, Surat, etc.) – muitas das famílias hindus actualmente residentes em Portugal continuaram a velha tradição de migração para a costa oriental de África e, nomeadamente, para Moçambique, típica dos seus antepassados de casta.
A migração hindu – gujarati para Moçambique foi selectiva, só determinadas castas a integraram como seja o caso dos Bhatia e dos Patel e minoritariamente os Darji, Soni, Mochi, Kumbhar,etc. Não raras vezes envolveu igualmente, passagens pela África do Sul, Quénia ou Tanzânia.
Por sua vez, a consolidação gradual da posição sócio – económica dos hindus Gujaratis em Moçambique, favoreceu a chamada de mais conterrâneos (parentes próximos ou distantes, da mesma casta, da mesma aldeia, etc.), bem como de mulheres (de várias gerações), o que modificou substancialmente o padrão masculino e temporário de fixação nos séculos anteriores.
No entanto a análise comparativa de histórias de família afastará a visão de uma emigração homogénea, houve outros percursos, no entanto e para o caso que pretendo analisar, vão relevar essencialmente as que provinham da casta dos pedreiros (artífices, artesãos) e que investiram preferencialmente em Portugal, trabalhando na construção de fortalezas, edifícios, etc.
Sem comentários:
Enviar um comentário