quarta-feira, 27 de junho de 2007

Género

they are regularly the victims of violent police brutality and random assassinations (Kulick1998:7).
On the contrary, the cruelty with which many families treat their sons and siblings who become travesti is chilling. Pastinha told me that her deceased mother, whom Pastinha worshipped, was a fundamentalist protestant who never accepted Pastinha´s transformation into a travesty. She happily accepted he money that Pastinha sent or brought with her on her occasional brief visits to her childhood home (Kulick1998:179) (…)it appears that despite their initial rejection, the families (especially the mothers) of most travestis eventually come to accept them, and even welcome them back into their homes when they arrive on shorts visits (…) most are aware that their families accept them as long as they can provide them with financial support (Kulick1998:181).
dans un contexte de compétition, il arrive fréquemment que les prostituées se dénoncent entre elles lorsqu`une illégale ou gagne plus d`argent (Loise2006:8).
Perhaps the distrust that travesties so widely feel for one another, and the practices that reinforce and perpetuate the distrust – the gossip, the violence, the robberies, the betrayals, the conscious seduction of other´s boyfriends…(Kulic1998:43).
(…) as que são travestis elas optam pela transformação, querem corpo de mulher, querem ter aparência feminina…recorrem a cirurgias, menos à mutilação, menos em se transformarem em totalmente mulheres…estão felizes com o sexo que têm, agora as transsexuais não, as transsexuais são aquelas que nem querem recorrer a uma cirurgia porque têm na cabeça que são mulheres mesmo e que terem nascido com um pénis foi um erro e mandam operar, algumas fazem cirurgias, outras ficam-se pelas hormonas…(entrevista Adriana:22).
Whenever the topic of transsexualism arises in travesty conversations, the general reaction is incomprehension. No one can understand the point (…) amputating one´s penis will only make one unable to experience any sexual pleasure ever again. (Kulick1998:85).

Le fait que les bichas soient pour la plupart contre une opération génitale et expriment un dégoût aigu pour les vagins, montre que malgré leur désir à devenir “comme une femme, elles ne rejettent pás entièrement leur masculinité (loise2006:19).


(…) não, de forma alguma, é uma coisa que nunca me passou pela cabeça, foi eu ser mulher, porque eu acho, que por mais que se tente, por mais que se faça, até mesmo se eu fizesse uma cirurgia, e retirasse o pénis e fizesse aquela coisa toda… que tem muitas que fazem, ainda assim, eu não seria mulher, porque eu acho que mulher, a palavra mulher (…) só tem um significado, poder gerar uma vida, entende, poder ter… é o dom, de você poder carregar uma vida, e é uma coisa que por mais …(Entrevista a Paula:10).

Not only do sex change operations not produce women, and not only do they rob one of all possibility of experiencing sexual pleasure, travesties believe, but they also result in insanity (Kulick1998:86).

Marcos Benedetti, além de reforçar que as travestis possuem um gênero próprio, já que elas querem se sentir mulher, mas não ser mulher, defende que elas ocupam um espaço peculiar - da ambiguidade (Tussi2006).

As transsexuais são em número muito escasso em Portugal, pelo que me foi dado a conhecer, tão escasso, que por exemplo uma mulher em casa de Armando, se apresentava no anúncio como uma travesti operada, ou seja transsexual, isto para se tornar apelativa pela raridade da sua oferta. Adriana e as colegas que conheci eram e são travestis, le pénis est l`élement central de leur travail (idem:19) sendo necessário para a ejaculação, permitindo a libertação do sémen, que de outra forma ficará retido no corpo até chegar ao cérebro (Kulick1998:86, Lidz & Lidz1989).Existe esta ideia subliminar de que o sémen precisa sair e que tal não acontecerá, se, se proceder à amputação.

Na convivência nos tornamos mais sensíveis a outras pessoas, a situações de outras pessoas, ou seja, isso nos torna com certeza mais femininas, do que no caso, o homem em si, entende? Mas há também os momentos em que a masculinidade aflora, como às vezes, há necessidade sexual, entende? No caso há também, se precisarmos utilizar a força masculina, entende? São situações que contradizem tudo…(Entrevista a Paula:34).

As travestis, além dessas intervenções e da apreensão de uma série de técnicas corporais que as distancia dos padrões masculinos, buscam agir, em muitos momentos, segundo prescrições de comportamentos instituídos como femininos, sem esquecerem em contextos específicos, que dentro delas “mora um rapaz”, expressão habitual no meio (Pelúcio2006:525).

A partir dessa visão, esperam que os homens de verdade sejam másculos, activos, empreendedores, penetradores (Pelúcio2006:526), a man is someone who will always assume the penetrative role (Kulick1998:124). Tal é também constatado no caso do trabalho de Loise, a questão da masculinidade ou falta dela, por parte do cliente, remete para o ser activo ou passivo na relação (Kulic1998:165, Loise2006:20).

Il montre qu`au – dela de l`influence dês facteurs historiques et culturels dans la construction de la sexualité, le genne n`est pás une entité fixe, mais se faconne continuellement en function du contextee dans lequel il évolue. Dans le cadre de leur travail, les bichas sont amenées à renégocier une identité sexuelle en accord avec les attentes des clients (Loise2006:67).

(…) mentalmente, psicologicamente, porque a coisa é assim, nós estamos no…no…no…como eu posso te dizer? No limiar, no limite, entre um e outro, porque é assim, eu, no caso, eu já me considero mais para a parte feminina, do que para a parte masculina (Entrevista a Adriana:34).

(…) está claro quem é a mulher e quem é o homem, uma vez que dentro do sistema simbólico próprio dos travestis, as relações com o mesmo sexo só podem ser entendidas/experimentadas se masculino e feminino estão presentes em um casal. Assim o género transgride o sexo, impondo-se como construção/adequação ao que seria natural e por isso visto como correcto (Pelúcio2006:524).

(…) eu estou dentro da minha casa, faço o que tenho que fazer dentro da minha casa, bem…o que eu faço? Eu vendo o meu corpo…trabalho com isso, dá dinheiro e eu gosto, quer dizer…uni o útil ao agradável (…) (Entrevista a Adriana:18).

Travesti prostitution is thus not only a source of income but also, as Erica emphasizes, a source of pleasurable and reaffirming experiencies (Kulick1998:136).


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