quinta-feira, 21 de maio de 2009

Pensar o presente para moldar o futuro.

Porque uma sociedade melhor não pode surgir do acaso, mas sim da reflexão sobre a história e a actual conjuntura socio-economica, segue abaixo um excerto do texto Profit Over People: Neoliberalism and Global Order de Noam Chomsky (1999).



“O neoliberalismo é o paradigma económico e político que define o nosso tempo. Ele consiste em um conjunto de políticas e processos que permitem a um número relativamente pequeno de interesses particulares controlar a maior parte possível da vida social com o objectivo de maximizar seus benefícios individuais. Como diz Milton Friedman, guru do neoliberalismo, em seu livro Capitalismo e Liberdade, dado que a busca do lucro é a essência da democracia, todo governo que seguir uma política anti-mercado estará sendo anti-democrático, independentemente de quanto apoio popular seja capaz de granjear.


No melhor de sua eloquência, os defensores do neoliberalismo falam como se estivessem prestando aos pobres, ao meio ambiente e a tudo o mais um fantástico serviço quando aprovam políticas em benefício da minoria privilegiada. As consequências económicas dessas políticas têm sido as mesmas em todos os lugares e são exactamente as que se poderia esperar: um enorme crescimento da desigualdade económica e social, um aumento marcante da pobreza absoluta, um meio ambiente global catastrófico, uma economia global instável e uma bonança sem precedente para os ricos.

Os governos subsidiam prodigamente as grandes empresas e trabalham para promover os interesses empresariais em numerosas frentes.

A democracia é admissível desde que o controle dos negócios esteja fora do alcance das decisões populares e das mudanças, isto é, desde que não seja democracia. Essas mesmas empresas querem e esperam que os governos canalizem para elas o dinheiro dos impostos, que as proteja dos concorrentes, mas querem também que não lhes apliquem impostos e que nada façam em benefício de interesses não empresariais, especialmente dos pobres e da classe trabalhadora.

Em vez de cidadãos, produzem consumidores. Em vez de comunidades, produzem shopping centers. O que sobra é uma sociedade atomizada, de pessoas sem compromisso, desmoralizadas e socialmente impotentes. Em suma, o inimigo primeiro e imediato da verdadeira democracia.
Tratados comerciais e acordos de negócios que ajudam as grandes empresas e os ricos a dominarem as economias das nações sem quaisquer obrigações para com as respectivas populações. Esse processo nunca foi tão claro quanto na criação da Organização Mundial do Comércio (OMC) no princípio dos anos 1990 e, mais recentemente, nas negociações secretas para a implantação do Acordo Multilateral sobre o Investimento (AMI). Na verdade, a incapacidade de propiciar uma discussão sincera e honesta é realmente uma das mais notáveis características da globalização.

Para que a democracia seja efectiva é necessário que as pessoas se sintam ligadas aos seus concidadãos e que essa ligação se manifeste por meio de um conjunto de organizações e instituições extra mercado. Uma cultura política vibrante precisa de grupos comunitários, bibliotecas, escolas públicas, associações de moradores, cooperativas, locais para reuniões públicas, associações voluntárias e sindicatos que propiciem formas de comunicação, encontro e interacção entre os concidadãos.

Se agirmos com a ideia de que não haverá possibilidade de mudança para melhor, estaremos garantindo que não haverá mudança para melhor. A escolha é nossa, a escolha é sua.”

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Reflexões

(…) gender is thought of as a process of structuring subjectivities rather than as a structure of fixed relations (Morris 1995:568).

Cultural orders constructs gender and create subjects (idem:573).

It is possible to claim sex membership in a sex category even when the sex criteria are lacking. Gender, in contrast, is the activity of managing situated conduct in light of normative conceptions of attitudes and activities appropriate for one`s sex category (Zimmerman & West 1987:127).

“female” and “male” are cultural events – products of what they term the “gender attributes process” – rather than some collection of traits, behaviours, or even physical attributes (idem:132).