Num certo momento do trabalho de campo, também em Lisboa, quando estava no computador, sou surpreendido pelo ruído de um aparelho eléctrico que ainda não conhecia, quando olho para trás e na altura posso assegurar-vos que me assustei, verifico que era Karmen rapando os pelos do seu imponente peito de silicone. Este último exemplo demonstra como a partir de certa altura ultrapassei os limites do palco e me foi permitida a entrada nos bastidores:
Não é provavelmente por um simples acaso histórico que a “palavra” pessoa, na sua acepção de origem, designa uma máscara. Trata-se antes do reconhecimento do facto de toda a gente estar sempre e em toda a parte, com maior ou menor consciência, a representar um papel…é nestes papéis que nos conhecemos uns aos outros; é nestes papéis que nos conhecemos a nós próprios (Goffman1993:31-32).
Neste sentido terei acedido aos fundamentos das máscaras, que as tornam as pessoas que efectivamente são, chegamos ao mundo como indivíduos, adquirimos um carácter e transformamo-nos em pessoas (idem:32), naquele preciso momento em que karmen procedeu à remoção de pelos, eu deixei de ser parte da audiência e sem audiência não há palco, nem desempenho de papel consentâneo com determinado estatuto, neste caso o de travesti (ibidem:139).
Não é provavelmente por um simples acaso histórico que a “palavra” pessoa, na sua acepção de origem, designa uma máscara. Trata-se antes do reconhecimento do facto de toda a gente estar sempre e em toda a parte, com maior ou menor consciência, a representar um papel…é nestes papéis que nos conhecemos uns aos outros; é nestes papéis que nos conhecemos a nós próprios (Goffman1993:31-32).
Neste sentido terei acedido aos fundamentos das máscaras, que as tornam as pessoas que efectivamente são, chegamos ao mundo como indivíduos, adquirimos um carácter e transformamo-nos em pessoas (idem:32), naquele preciso momento em que karmen procedeu à remoção de pelos, eu deixei de ser parte da audiência e sem audiência não há palco, nem desempenho de papel consentâneo com determinado estatuto, neste caso o de travesti (ibidem:139).
3 comentários:
É muito díficil ser-se simplesmente uma pessoa. Temos sempre que ser mais qualqur coisinha!
Obrigada pela visita.
Está bem vista essa teoria da palavra e da pessoa.
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