Passo por aqui para contar o meu ultimo reparo sobre a sociedade.
Ontem dava um passeio com fim de compras por um shopping , um dos maiores dos arredores da grande Lisboa, quando necessitei de ir ao WC. Entro no correspondente feminino, e , mesmo á entrada , onde se localizam as pranchas para se deitarem os bebés quando é necessário mudarem-se-lhe as fraldas estava um homem, acompanhado de uma senhora da manutenção a mudar a fralda ao bebé com não mais de um mes de vida.
Ocorre-me pura e simplesente, perante semelhante observação, perguntar o que vai na cabeça de quem aprova projectos desta envergadura sem respeitar o principio da igualdade defendido pela constituição.
Ao que parece na nossa sociedade as pessoas do sexo masculino têm de entrar nos lavabos femininos para mudarem as fraldas aos seus filhos. Os homens continuam no imaginário social, na lei e também nas pequenas práticas do dia a dia a ter um menor direito á sua prole do que as mulheres.
Neste caso concreto, os motivos que obrigam ao acto referido podem ser de várias ordens:
-- Será uma questão de economia? colocar uma prancha semelhante nos lavabos masculinos poderia encarecer a obra... talvez. então porque não coloca-la num espaço comum?
-- ou será que algumas "masculinidades" mais mal resolvidas ficariam ofendidas por tamanha invasão do "mundo feminino" no seu?!
-- ou finalmente estaremos a viver no século XXI com a mentalidade e as práticas informais do final do seculo XIX?
Humm.. dá que pensar
4 comentários:
Interessante assunto. Acho que é por uma questão cultural e de machismo. As pessoas que projectam esses espaços, pensam que os homens jamais iriam a um shopping mudar as fraldas ao filho pq normalm., vai a esposa. Assim põe-se outra questão, então e os pais solteiros, viúvos e outros? Os arquitectos pensam q esses não fazem parte dos frequentadores desse tipo de espaços e preferem ter mais um urinol do que um fraldário.
É um absurdo, mas é verdade.
Arquitectos machistas é o que é.
É demonstrativo que através da arquitectura, se consegue ler muito das dinâmicas sociais que se processam.
Realmente não se justifica em pleno século XXI uma atitude destas, e nem penso que será por machismo penso que é mesmo o seguimento e a habituação a um determinado tipo de pensamento e a uma determinada educação que provavelmente bloqueou por completo a ideia de que um homem poderia querer utilizar a casa de banho com aquele intuito.
Penso que hoje em dia a questão da ideia da suposta superioridade masculina está bastante atenuada, ao contrário do que muitos dizem, mas ainda possui alguma falhas. E este é um daqueles "pormenores" que como referi abocado acredito que muitos nem reparem, ou sintam algo de errado.
Por isso acho importante falar-se e discutir-se estes assntos para as pessoas despertarem e se aperceberem.
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