terça-feira, 27 de março de 2007

Género/sexo

O universo trans coloca-nos esta questão de forma evidente (género não coincidente com sexo), ainda que de forma diversa, compatível com a diversidade dos sujeitos que percorrem estes trajectos. Insistem em referir que não se trata de uma opção, mas sim de algo que nasce com elas, no entanto vou verificando que tal poderá não ser bem assim e passo a exemplificar: grande parte dos sujeitos observados são provenientes do nordeste do Brasil, àrea onde as igrejas evengélicas estão fortemente implantadas, pelo que a maioria delas são evengélicas...o curioso acontece quando falam em "deus" (durante as entrevistas)...assumem o género masculino na construção das frases e isso porque consideram "pecado" o que fazem. Interessante. A contradição imanente aos discursos aplicados e às estratégias utilizadas. Perante "deus" assumem a sua masculinidade...o temor...que produz estratégias, ainda que incosncientes por vezes...tal como defendi no comentário realizado ao post anterior sobre os extremos na política.
A religião, a política, as filosofias, as ideologias, etc, como referentes funcionais e orientadores da produção de discursos e estratégias...normal...

1 comentário:

sapiens disse...

Eis a prova viva da importancia e poder das instituições primárias na construção dos individuos.

No presente caso vemos uma completa materialização e rematerialização em cada uma das dimensões do ser humano mas também na gestão (mais prática do que discursiva) da valorização do mesmo consoante o plano de acção.

De um lado um homem religioso super egoico, homem natural (e de igual forma "naturalmente" superior)o homem que os pais educaram (e que como tal se deve de respeitar a si mesmo por honra aos pais ), o homem que nasceu homem porque Deus quis, a natureza institucionalizada da biologia e do criacionismo do ser.

No reverso uma mulher individual que se expressa como quer (e também como precisa), um plano descarnado das instituições e da moral publica, uma mulher que viaja e existe mais no presente real do que provavelmente na valorização simbolica.

No meio, a consciencialização ou não dessa dualidade, mas isso cabe-te a ti averiguar ;)