Que o preconceito pode ter sido a principal razão do homicídio é uma possibilidade muitíssimo provável. No entanto a prudência ensinou-me a não incidir, eu próprio, em preconceitos. Porque razão assassinaram esse ser humano? foi por ser diferente - fala-se em ser diferente mas importava também saber o que é ser igual? - ou por alguma contenda mal resolvida? não sei por enquanto...
Boas :), não coloquei este post por considerar que tivesse sido assassinada devido a preconceito, simplesmente não sei isso. A verdade é que este nome, foi citado nos fragmentos de entrevista realizados com a "Adriana" e postados no blog. Mais tarde um anónimo informa-me que havia sido assassinada em Setembro do corrente ano em S.Paulo, o que na realidade pude confirmar. Uma coisa percebi...a net chega muito longe...ou muito perto...tendo usado o nome desse ser humano, provavelmente de forma eticamente indevida, optei por postar o agradecimento da informação, talvez uma forma de reconhecer e agradecer o enriquecimento que proporcionou ao participar, ainda que involuntariamente, nalgumas das minhas entrevistas. Abraço:)
Sem dúvida. Agora recordado dos textos e tudo, acho que de facto merece mesmo essa lembrança e é uma pena enorme que tenha sido deste modo que estamos a comentar isto. Entristece-me constatar a violência como método da ignorância e do ódio, mas infelizmente é a arma que se utiliza...e enfim...somos piores que o resto dos animais porque nos dizemos racionais e então quanto a mim o crime é a revelação da nossa baixa estatura mental.
A morte de Cris Negão não foi por preconceito, homofobia ou algo do gênero. Do alto de seu quase 1,90 metro, Cris era conhecida pela cafetinagem – ela era a "mãinha" dos travestis que faziam ponto em boa parte das ruas da dita Boca do Lixo da cidade. Foi amiga da antológica Andréia de Maio, festejada travesti paulistana, dona da Boate Prohibidus, morta em 2000 por ocasião de uma cirurgia para retirada de silicone industrial do corpo (e famosa por enfrentar destemidamente políticos homofóbicos em programas de TV, para defender a classe GLBT).
Uma das histórias mais singulares sobre Cris Negão é a que dá conta de que ela costumava "multar" as travestis que “faziam” as ruas de São Paulo por qualquer motivo que lhe conviesse. E essa "multa" consistia em obrigar a multada a lhe dar uma soma xis de dinheiro até determinado dia sob pena de represália (são comuns relatos de que dizem que ela deflagrava um "está multata!", por exemplo, pelo simples fato de ter sido encarada). Verdade ou não, Cris era uma figura conhecidíssima do "bas-fond" paulistano, e seu nome era associado também ao tráfico de drogas, à venda de celulares roubados e à cafetinagem (uma de suas principais características era sempre olhar para trás após alguns passos, provavelmente uma estratégia para se proteger dos inimigos). Odiada e temida por uma legião, ela também tinha seus asseclas (vide perfis dela no Orkut).
Ironicamente, essa figura temida e truculenta, saía à noite acompanhada de um meigo poodle branco, quando, segundo contam as lendas urbanas, costumava cobrar o “pedágio” de seus pontos às travestis. Enfim, a Cristiane Jordan – como preferia ser chamada –, fica lembrada como personagem de fama duvidosa, mas indelével, do submundo da Paulicéia Desvairada.
Acho engraçada a indignação dos grupos GLBT. Cris Negão não foi vítima de nada, ela própria cavou sua sepultura. Também, que outro fim poderia se esperar para uma pessoa que costumava marcar com ácido a face de seus desafetos?
Alguém conhece a "Lendas Urbanas", que postou sobre a Cris negão?... Estou fazendo uma matéria sobre ela para o site da trip (na proxima edição da revista, aliás, terá uma matéria minha sobre a Andréa de Maio). Obrigado, abs, Lino Bocchini (lino@trip.com.br)
7 comentários:
A incompreensão continua. Esta é mais uma das coisas que me faz culpar a cultura pelos "maus" ensinamentos que vai perpetuando.
Que o preconceito pode ter sido a principal razão do homicídio é uma possibilidade muitíssimo provável. No entanto a prudência ensinou-me a não incidir, eu próprio, em preconceitos. Porque razão assassinaram esse ser humano? foi por ser diferente - fala-se em ser diferente mas importava também saber o que é ser igual? - ou por alguma contenda mal resolvida? não sei por enquanto...
Boas :), não coloquei este post por considerar que tivesse sido assassinada devido a preconceito, simplesmente não sei isso. A verdade é que este nome, foi citado nos fragmentos de entrevista realizados com a "Adriana" e postados no blog. Mais tarde um anónimo informa-me que havia sido assassinada em Setembro do corrente ano em S.Paulo, o que na realidade pude confirmar. Uma coisa percebi...a net chega muito longe...ou muito perto...tendo usado o nome desse ser humano, provavelmente de forma eticamente indevida, optei por postar o agradecimento da informação, talvez uma forma de reconhecer e agradecer o enriquecimento que proporcionou ao participar, ainda que involuntariamente, nalgumas das minhas entrevistas. Abraço:)
Sem dúvida. Agora recordado dos textos e tudo, acho que de facto merece mesmo essa lembrança e é uma pena enorme que tenha sido deste modo que estamos a comentar isto. Entristece-me constatar a violência como método da ignorância e do ódio, mas infelizmente é a arma que se utiliza...e enfim...somos piores que o resto dos animais porque nos dizemos racionais e então quanto a mim o crime é a revelação da nossa baixa estatura mental.
A morte de Cris Negão não foi por preconceito, homofobia ou algo do gênero. Do alto de seu quase 1,90 metro, Cris era conhecida pela cafetinagem – ela era a "mãinha" dos travestis que faziam ponto em boa parte das ruas da dita Boca do Lixo da cidade. Foi amiga da antológica Andréia de Maio, festejada travesti paulistana, dona da Boate Prohibidus, morta em 2000 por ocasião de uma cirurgia para retirada de silicone industrial do corpo (e famosa por enfrentar destemidamente políticos homofóbicos em programas de TV, para defender a classe GLBT).
Uma das histórias mais singulares sobre Cris Negão é a que dá conta de que ela costumava "multar" as travestis que “faziam” as ruas de São Paulo por qualquer motivo que lhe conviesse. E essa "multa" consistia em obrigar a multada a lhe dar uma soma xis de dinheiro até determinado dia sob pena de represália (são comuns relatos de que dizem que ela deflagrava um "está multata!", por exemplo, pelo simples fato de ter sido encarada). Verdade ou não, Cris era uma figura conhecidíssima do "bas-fond" paulistano, e seu nome era associado também ao tráfico de drogas, à venda de celulares roubados e à cafetinagem (uma de suas principais características era sempre olhar para trás após alguns passos, provavelmente uma estratégia para se proteger dos inimigos). Odiada e temida por uma legião, ela também tinha seus asseclas (vide perfis dela no Orkut).
Ironicamente, essa figura temida e truculenta, saía à noite acompanhada de um meigo poodle branco, quando, segundo contam as lendas urbanas, costumava cobrar o “pedágio” de seus pontos às travestis. Enfim, a Cristiane Jordan – como preferia ser chamada –, fica lembrada como personagem de fama duvidosa, mas indelével, do submundo da Paulicéia Desvairada.
Acho engraçada a indignação dos grupos GLBT. Cris Negão não foi vítima de nada, ela própria cavou sua sepultura. Também, que outro fim poderia se esperar para uma pessoa que costumava marcar com ácido a face de seus desafetos?
Alguém conhece a "Lendas Urbanas", que postou sobre a Cris negão?... Estou fazendo uma matéria sobre ela para o site da trip (na proxima edição da revista, aliás, terá uma matéria minha sobre a Andréa de Maio). Obrigado, abs, Lino Bocchini (lino@trip.com.br)
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