Pegando num dos aspectos, do anterior post da sapiens, a massificação do ensino que, como tal, produz em consequência, determinados arquétipos de inteligência padrão e instrumentos igualmente padronizados de análise dessa mesma inteligência, algo já vaticinado pelos jurássicos pink Floyd em another brick in the wall, seria também interessantes referir que, em paralelo, se dinamizam fenómenos de deseducação massificada, em que agentes infinitamente mais poderosos economicamente, com um outro tipo de linguagem, muitas vezes recorrendo à comunicação subliminar, facilitada de forma exponencial pelos meios audio visuais, veêm a sua tarefa atingir niveis de sucesso bem mais elevados.
Alunos da educação massificada: ousem colocar tudo ao contrário, relativamente à forma como vos foram transmitidos conhecimentos e experiências, nem que seja como exercício de desconstrução, tipo lego. Este natal ofereçam legos cognitivos aos vossos familiares e amigos, façam aquilo que é conhecido como: partir a cabeça toda, sem no entanto recorrer à violência.
5 comentários:
Honestamente, acho altamente imprudente eu falar disto...mas aqui vai...é o seguinte: falar contra a educação massificada é quase contrasensual. Ponto um: não controlamos a informação que nos chega..neste momento primo as teclas do meu teclado e tanto quanto sei ele pode estar a induzir-me em erro. Convenhamos, não precisamos de falar de educação massificada para falar na possibilidade de sermos manietados (tanto quanto sei os sistemas políticos fazem isso por nós logo à nascença). O que quero significar com isto...a rebeldia nestes casos em particular é interessante mas pouco sabemos se devemos nos revoltar contra o que conhecemos ou contra o que não conhecemos é que neste caso, tanto quanto podemos saber, a todo o momento podemos estar a receber informação proveniente de todo o lado (e ela estar errada). Contudo, exige-se um nível de prudência mínimo, como nas ciências, e em particular na física (macroscópica porque a quântica já nos provou o contrário) enquanto o que sabemos funcionar, questioná-lo só se for ou para o admitir ou para encontrar um melhor.
Sim, sem dúvida, mas é um facto que os "estados de direito democrático" assentam muito numa educação do tipo massificado, disso não tenho dúvidas henrik. Abraço
Hoje li o principezinho... sim , esse livro que já toda a gente leu. Curiosamente parece apelar a um tipo de sensibilidade inteligencia grandemente descurado e por isso mesmo pouco reconhecido e desenvolvido nas sociedades ocidentais vocacionadas para a inteligencia numérica e estritamente lógica.
Tal como disse o Henrik , é Claro que parte da informação que nos chega pode estar errada... mas certa ou errada há que aprender a processa-la por nos mesmos, a investigar a sua veracidade (dentro do possivel) a confronta-la com outros dados e sobretudo conseguir obter prazer com a integração de novo conhecimento para progredirmos por nos mesmos para além da papa feita do ensino curricular.
Muitas vezes a calendarização da aprendizagem escolar não coíncide com os interesses do desenvolvimento das crianças. Embora sejamos todos humanos e iguais em direitos e deveres claro, é perigoso tentarmos standardizar o nosso desenvolvimento intelectual.
De qualquer forma, e, tal como nos salienta Mary Douglas se a instituição casa / família são um refugio e um suporte são também uma instituições tiranas. O mesmo se passa com a sociedae e os seus recursos educativos.. salutares e productivos e ao mesmo tempo castradores ... adequados para alums segundo as calendarizações médias do desenvolvimento fisico e psico-intelecutal... eventualmente problemáticos para os que não se inscrevem nestas médias programáticas e de temporáis.
Claro Lugosi, nem eu nego que somos um produto dessa educação (ou deseducação) massiva...acho que a Sapiens tem razão no que diz respeito ao apelo a novas formas de rebelia. Que pode bem passar por uma tentativa de revitalizar outros valores sociais que não os maquinais..acho que, neste ponto, sou bastante favorável à criação de utopias. Talvez por ser um resquício de imaginação produtiva, e fugir às regras convencionais da Lógica.
As utopias são essenciais, não só porque se constituêm como factores de equilibrio,quase como uma moral não religiosa, neste aspecto mais livre, porque sem topus, mas também porque permitem ao ser humano fugir à tal lógica de que falas.
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