domingo, 30 de setembro de 2007

Quem é e o que pode fazer um Antropologo?

Um antropólogo é alguém por via da sua formação académica:



• Adquire Conhecimentos sobre factores biológicos, ecológicos e culturais que influenciam o comportamento humano.

• Adquire capacidades para a pesquisa social em termos qualitativos como a realização de entrevistas no terreno bem como para operar com métodos quantitativos.

• Detém aptidões para resolver problemas científicos

• Detém pensamento lógico e analítico

• Desenvolve aproximações teóricas e utiliza métodos práticos

• Escreve artigos e relatórios

• É capaz de redigir propostas para aquisição de fundos de investigação

• Trabalha eticamente

• Pensa criativamente

• É capaz de planear projectos

• É capaz de recolher e organizar e dados bem como de difundir informação

• É capaz de reconhecer as diferenças bem como as similitudes culturais

• Detém conhecimentos sobre grupos étnicos e sobre muitas culturas de outros países


Um antropólogo pode desempenhar funções como as de:

• Conservador de arte
• Assistente de arquivista
• Analista em ciências sociais
• Jornalista
• Professor
• Desempenhar trabalho de campo arqueológico
• Psicólogo industrial
• Responsável por recursos humanos
• Investigador
• Antropólogo
• Investigador na área do marketing
• Analista politico
• Especialista em património e artefactos culturais
• Assistente social
• Conservação e restauro
• Etnólogo
• Linguista
• Paleontólogo
• Curador de museus
• Antropólogo forense
• Trabalhador na área dos negócios estrangeiros



Pode ainda trabalhar em:


• Empresas de consultadoria
• Agencias culturais
• Instituições Educacionais
• Agencias Ambientais
• Agencias de ajuda internacional
• Gabinetes legais
• Bibliotecas
• Gabinetes de preservação histórica
• Agencias de advocacia para minorias populacionais
• Centros médicos
• Museus
• Parques nacionais
• Organizações sem fins lucrativos
• Laboratórios de antropologia física
• Corporações privadas
• Editoras
• Serviços sociais em geral


... pode ser que seja util :)

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

O estado

Na verdade parece-me que o sistema democrático acaba por ter pelo menos uma coisa de positivo, a saber: a total irresponsabilização dos cidadãos face ao estado do país, que assim dormem um pouco melhor por terem algo de abstracto para onde direccionar a sua impulsividade culpabilizante: o estado, esquecendo que na verdade o estado somos todos nós, actualizado em práticas e discursos ritualizados, visíveis não só no preço dos transportes, mas também no comportamento diário dos seus utilizadores. Não é difícil ouvir portugueses de classe social e capital intelectual não convergentes, dizerem exactamente o mesmo, num qualquer café de esquina. Os que não frequentam cafés, di-lo-ão ao assistir a um jogo de futebol, enquanto chamam filho da puta ao àrbitro ou então, enquanto como pano de fundo ouvem Marilyn Mason (beautiful people, por exemplo). Por outro lado, jamais como indíviduo eu me sentirei confortável ao colocar as questões como superioridade ou inferioridade civilizacional (a verdadeira civilização). A verdade é que o ideal democrático dos democratas, reside em que este sistema coloque o mundo e seus agentes de forma plasticamente moldável aos seus anseios e aspirações. Mais uma vez a questão de se partir da forma para a matéria, do estado democrático, esquecendo as práticas das pessoas que o constituem, conformando inequivocamente a sua ontologia circunstancial. Nunca haverá democracia, nem justiça, simplesmente porque são criação humana historicamente fabricada e não ideias com existência em si mesmas. Por tudo o que disse, creio ser evidente que partilho nalguns aspectos, os pontos assinalados como errados em Portugal, simplesmente não me excluo da sua existência. Em Portugal só um parvo vai para a política de top, recebe mal e arrisca-se a ser enxovalhado por uma multidão furiosa que acha que o poder políco e os valores que o conformam, são completamente alheios às suas próprias práticas. Não se esqueçam que nos E.U.A. o paradigma civilizacional máximo, na perspectiva de muitos dos que insistem em ver as coisas por este prisma, a democracia atinge o seu pleno quando se procede a uma acusação com deferimento judicial, que constitui como arguido DEUS, responsabilizando-o por todas as catástrofes terrenas. Outra também muito engraçada, uma senhora que processa o fabricante de micro ondas, porque após dar banho ao gato decidiu secá-lo nesse aparelho. O juís desse processo, não só aceitou a queixa, como condenou o fabricante por nas instruções não referir que não podia utilizar-se o micro ondas para secar gatitos molhados.

Lobbies, Monopolios e qualidade de vida




Falando de monopólios...
Gostaria de tornar publico que, no concelho de cascais existe o monopólio de transportes publicos rodoviários servido pela empresa Scott Urb, onde, se eu quiser comprar um bilhete dentro do autocarro para fazer duas paragens tenho de pagar a módica quantia de 1,70€ (340 escudos)... mesmo ao lado , no concelho de oeiras, posso fazer as mesmas duas paragens com um bilhete comprado numa camioneta da Vimeca, uma das várias empresas que servem o concelho, por apenas 0,70€ (140 escudos)...
enfim.. pormenores.

Relativamente aos restantes lobbies, "maroskas" e exclusividadezinhas negociais que minam este país, não posso deixar de os considerar os verdadeiros responsaveis pela nossa progressiva perda de qualidade de vida.

O urbanismo , é,para além dos assaltos diários a que estamos sujeitos por parte destas empresazinhas (ás quais juntamente com as administrações locais podemos chamar de máfias organizadas), um outro elemento que em muito faz decrescer a qualidade de vida dos protugueses.

Há dias numa localidade do sul do país a população queixava-se de que apos ter cedido parte dos terrenos privados para a construção de uma estrada, a camara estava a fazer o favor de os vender a privados reduzindo a via publica a um belo exemplar de ruela medieval... e assim vai o nosso país... para quem quiser ver mais atrocidades vizite o cacém... e depois claro, dê um saltinho a um país verdadeiramente civilizado, só para comparar...

Portugal está a caminhar a uma velocidade exponencial para os padrõezinhos de vida do governo de Salazar. Os sinais são amplos e claros e o mais evidente é o insuportável que está a tornar-se viver num país onde o salário minimo é aquilo que necessitamos só para pagar a renda da casa (com a acrescida incerteza de que para o ano que vem esta quantia ainda será suficiente)... o dinheiro para comer ou mesmo investir deverá claro (segundo as ideias dos senhores do governo) de ser solicitado aos milionários bancos de crédito ao consumo, engordando as bolsas dos seus empresários. Para além disto e ainda como sinal do decréscimo dos padrões de qualidade de vida, a emigração alcança hoje numeros impares desde o 25 de Abril... penso que isto terá que querer dizer alguma coisa e os culpados são apenas uns.. os senhores que governam o nosso país.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Pensamentos sobre Democracia e liberdade de expresão





Numa reflexão leiga, de quem pouco percebe de leis, tem-me surgido diante dos olhos a mais perfeita reprodução do nosso passado histórico ...sim, aquele que temos julgado morto e enterrado desde há uns anos a esta parte, pois é assim que somos ensinados a pensa-lo.

Cada vez mais considero imperiosa a educação para uma auto-consciencialização de todos os individuos, do seu lugar no mundo, e dos paradigmas que embora rejam enquanto ideias a sua organização mental não têm paralelo no mundo real.

O que quero eu dizer com isto? Ora, que embora estejamos habituados a pensar que vivemos num sistema político democrático a democracia está tão longe de ser uma realidade quanto estava no tempo dos reis e raínhas dos primeiros séculos da fundação deste país. Na verdade,e , como qualquer um de nós pode constactar, não nos distanciamos em quase nada de um sistema político análogo a uma monarquia constitucional, onde embora não exista a personagem magnificente de um rei, existe porém a camara dos lordes que legislam por todos aqueles que vão pondo ( por não ter outra alternativa )nas mãos deste não só o pão como também o luxo e o seu próprio poder de decisão... a camara dos comuns... bem, essa aparece de vez em quando quando a camara dos lordes decide fazer um referendo sobre um tópico que se lhes apresente favorável nas sondagens.

Os portugueses , tal como muitos outros do dito mundo ocidental encontram-se mais uma vez no vector que se afasta do centro do poder, mas, continuam a considerar que se aproximam dele.

Hoje, qualquer de nós é "coagido" a votar com base nos sofismas daqueles que, iludidos ainda defendem a bandeira de uma democracia que jamais existiu.

Mas, porque digo eu que nos afastamos cada vez mais do poder de decisão?
porque digo que cada vez mais nos está vedada a palavra e a acção?

Dois dos ultimos booms noticiosos são a evidencia clara do que digo.

Se a democracia é o poder do povo, quem consultou o povo acerca da libertação de presos condicionais e inclusivamente de criminosos?
Para além disto , quantos dos nossos concidadãos defendem a existencia de penas mais pesadas para os assassinos dos filhos da sua pátria?
Parece que ninguém consultou a população acerca do assunto... tomou-se antes a liberdade de legislar e implementar.

Acontece que, a camara dos lordes continua a legislar por todos nós sem nos consultarem as ideias.
E, quando ousamos levantar a voz e fazer uma ou outra pergunta "inconveniente" capazes são de nos amarrar as mãos e nos calar a boca com a fantástica tecnologia que vamos nós próprios inventando para "lhes" meter nas mãos.

Sinais de presença humana de há 300 mil anos descobertos em Portugal

Arqueólogos de vários países identificaram no sítio arqueológico da Ribeira da Atalaia, Vila Nova da Barquinha, o que podem ser os mais antigos vestígios de ocupações do Paleolítico Inferior datados até hoje em Portugal.

Na escavação, realizada este ano pela equipa internacional envolvida, desde 1999, no projecto Tempoar, Território, Mobilidade e Povoamento do Alto Ribatejo, foram pela primeira vez confirmados sinais de presença humana de há 300 mil anos, disse à agência Lusa Sara Cura, do Museu de Arte Pré-Histórica de Mação.

O sítio da Ribeira da Atalaia, ainda pouco conhecido em Portugal, tem vindo a ser escavado no âmbito do Tempoar, projecto que visa estudar o comportamento dos seres humanos que ocuparam o vale do Tejo na Pré-História e compreender como ocuparam o território, bem como a sua capacidade em gerir os seus recursos e a tecnologia utilizada, afirmou.

Sara Cura disse à Lusa que se pode afirmar com segurança que este é o sítio arqueológico em Portugal com uma datação absoluta mais antiga. Para a arqueóloga, constitui caso raro o facto de, num local ao ar livre, se encontrarem vestígios que vão do homem de Neandertal (300 mil anos) ao homem Moderno (24 mil anos), numa continuidade de presença difícil de encontrar. Além da datação segura da presença humana no local, conseguida graças ao estudo dos depósitos do rio Tejo, que permitiu saber a idade das indústrias, e a equipamentos sofisticados do Instituto Nuclear, os investigadores conseguiram identificar uma estrutura de combustão, uma fogueira, o que, disse, “é extremamente raro”. O projecto tem dado uma atenção especial à transição de uma economia baseada na caça e recolecção para a agricultura e pastorícia, processo iniciado há cerca de 7.500 anos, adiantou. Este projecto de investigação interdisciplinar tem juntado dezenas de investigadores de diversas nacionalidades, bem como estudantes do Mestrado de Arqueologia que o Instituto Politécnico de Tomar (IPT) desenvolve em parceria com a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e de outras instituições.

Para Sara Cura, o potencial arqueológico deste sítio está longe de estar esgotado, uma vez que os testemunhos associados ao homem de Neandertal só começaram a ser estudados em 2006. Por outro lado, o local tem servido como “escavação-escola”, acolhendo todos os anos estudantes de toda a Europa, em particular da Universidade de Trento (Itália), com a qual está estabelecido um protocolo de estágio, bem como dos investigadores de vários países que frequentam o Mestrado do IPT/UTAD em Mação. O projecto é coordenado por Luiz Oosterbeek em colaboração com Pierluigi Rosina, docentes do IPT, Sara Cura, do Museu de Arte Pré-Histórica de Mação, José Gomes, do Centro de Arqueologia de Vila Nova da Barquinha e do IPT, e Stefano Grimaldi, professor da Universidade de Trento.

in JN de 3/9/2007

Fósseis de hominídeos mais antigos na Europa

Ossos têm sinais de modernidade e primitivismo

Um crânio e esqueletos parciais de três adultos e um adolescente que viveram há 1,77 milhões de anos foram descobertos em Dmanissi, na Geórgia, o que faz deles os fósseis de hominídeos mais antigos encontrados até hoje fora de África.

Como se não bastasse o recorde, os restos fossilizados, que estão bem preservados, de acordo com os cientistas, mostram ainda uma série de características a um tempo primitivas e modernas, que é “surpreendente”, e que traz novas peças ao puzzle da evolução humana.

Isso é, pelo menos, o que garante na edição de hoje da Nature o grupo de investigadores liderado por David Lordkipanidze, do museu nacional da Geórgia, que estudou o achado.

Os fósseis encontrados em Dmanissi, a 85 km a sudoeste de Tbilissi, a capital daquele república do Cáucaso, apresentam uma curiosa mistura de características primitivas e modernas. Entre as primeiras contam-se a altura dos indivíduos, entre 1,45 e 1,66 metros, um cérebro pequeno, entre 560 e 632 gramas, idêntica à massa cerebral de um australopiteco (anterior a estes, já que viveu entre há quatro e dois milhões de anos) e a ausência de torção do úmero (osso do braço), o que fazia com que tivesse as palmas das mão voltadas para a frente. As suas características modernas são, por exemplo, as proporções corporais quase idênticas, justamente, às do homem moderno.

Estes aspectos juntos fazem pensar, dizem os cientistas, em características de Homo habilis e Homo erectus (o segundo tendo sucedido ao primeiro no tempo) e na possibilidade de a história desta evolução ser afinal mais complexa, como o estudo de outro achado recente ocorrido no Quénia, e publicado também na Nature, já havia avançado.

Num comentário ao artigo de Lordkipanidze e sua equipa, publicado nesta mesma edição da Nature, Daniel Lieberman, antropólogo de Harvard, coloca justamente esta questão, ao afirmar que os fósseis descobertos em Dmanissi “parecem pertencer ao Homo erectus em muitos aspectos”, mas a sua variabilidade, que indica “uma estatura mais próxima do habilis do que do erectus”, reflectem, assim, “a natureza transitória e variável dos primeiros Homo”.

in DN 19-09-2007

sábado, 15 de setembro de 2007

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Só para recordar os velhinhos anos noventa




"Where Did You Sleep Last Night," também conhecida como "In The Pines" e "Black Girl," é uma musica tradicional Americana. Pensa-se que terá aparecido que terá aparecido por volta de 1870 mas desconhece-se o autor original. Não obstante a musica foi já gravada dezenas de vezes e interpretada nos mais diversos géneros musicais. A primeira vez que se tornou popular foi pela vóz de Lead Belly em 1944 e em 1952 por Bill Monroe num estilo mais country e blues. Em 1993 foi interpretada numa versão acustica pelo grupo Grunge Nirvana, altura em finalmente correu mundo, no final do século XX.

* A versão que vemos no anuncio não é interpretada pelos nirvana

terça-feira, 11 de setembro de 2007

UE a duas velocidades



Pib per capita



Ontem dei comigo a pensar na utilidade de "saír de casa"... não, não me refiro á mais comum das utilizações do termo mas sim á prática antropológica que faz com que se torne mais facil compreendermo-nos a nos mesmos apenas por observar o outro.

Viajar é sem duvida um poderoso instrumento para pensar a nossa sociedade.
Ao saír durante uns tempos do meu país deparei-me com esta observação que parece apenas amplificar a ambrangencia da teoria sociológica das desigualdades e da "Des"coesão social.

Comparemos então a União Europeia a uma sociedade, a uma cidade ou a um unico país. Neste "país" temos aqueles que sao mais ricos, os Alemães, os Dinamarquêses, suíços, luxemburgueses, Ingleses entre outros (como os Norueguêses que de tão ricos nem quiseram aderir á união), e, claro, temos também os mais pobres nos quais nos incluimos a par dos nossos vizinhos de suburbio como gregos, malteses, Estónios, Lituanos entre outros.

Reparei ao saír do meu país que, nos países mais ricos do que o nosso os preços dos bens de consumo não são muito distintos dos nossos, mas sei que os seus ordenados são muito mais elevados. Situações como esta, como já avancei atras lembram-me as teorias sociológicas que se esboçaram ao longo dos anos para explicar a pobreza e a violencia associadas ao roubo e ao vandalismo nas cidades. As explicações mais simples explicam-nos sintéticamente que em situações de grande disparidade salarial alguns individuos auferem muito mais do que outros. No mercado, os bens aparecem aos olhos de todos como associados a um certo prestigio e são reconhecidos pelos membros da sociedade, independentemente do seu estrato social e económico como possuidores e conferidores a quem os usa de determinadas "virtudes". Essas virtudes, assentes na base do sistema moral das sociedades são ambicionadas por todos o que faz automáticamente subir os preços dos productos de forma a que só alguns os possam adquirir no mercado.

Obviamente que os países mais pobres não partirão para a a violencia para adquirir ou mesmo desturir os bens ou a qualidade de vida que os restantes membros da União detêm, no entanto a teoria da frustração parece aplicar-se como uma luva aos portugueses que vivem actualmente num mercado que não está feito para as suas bolsas.

Os portugueses vivem rodeados de ideais e de convites e solicitações que infelizmente não podem aceitar. No entanto sentimo-nos parte, sim, somos membros, partilhamos das mesmas virtudes, espelhamo-las nos mesmos objectos, nas mesmas estéticas e nos mesmos gostos...e no entanto... não temos capital que nos permita igualarmos os modelos que nos vendem.

Talvez apartir daqui se possam começar a compreender alguns dos fenómenos relacionados com o endividamento das famílias e com a aparente iracionalidade de quem descura no almoço para comprar uns sapatos de marca...



sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Clash of Civilizations? - Para pensar

Sobre o Autismo


Clicar na imagem para aumentar


Já que somos um "bicho" social, deixo-vos o link para um pequeno teste onde podem medir o vosso grau de autismo


cliquem aqui para começar.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Pensamento do Dia



Eu como política ao pequeno almoço.


É a política que faz com que o meu pequeno almoço seja consideravelmente diferente de o de um senegalês.

A primeira formulaçao freudiana sobre o complexo de édipo



“Acorreu-me ao espírito uma única idéia, de valor geral. Encontrei em mim, como em todo lugar, sentimentos de amor para com minha mãe e de ciúme para com meu pai, sentimentos que são, acho eu, comuns a todas as crianças pequenas, mesmo quando seu aparecimento não é tão precoce como nas crianças que se tornaram histéricas (de uma forma análoga à da romantização original nos paranóicos, heróis e fundadores de religiões). Se isso for assim, pode-se compreender, apesar de todas as objeções racionais que se opõem à hipótese de uma fatalidade inexorável, o efeito percebido em ‘Édipo rei’. Também se pode compreender por que todos os dramas mais recentes do destino deveriam acabar miseravelmente...mas a lenda grega percebeu uma compulsão que todos reconhecem, pois todos a”. sentiram. Cada ouvinte foi, um dia, em germe, em imaginação, um Édipo, e espanta-se diante da realização de seu sonho, transportado para a realidade, estremecendo conforme o tamanho do recalcamento que separa seu estado infantil de seu estado atual”.


Carta a Fliess de 15 de outubro de 1897


segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Sinais de presença humana de há 300 mil anos descobertos em Portugal

Arqueólogos de vários países identificaram no sítio arqueológico da Ribeira da Atalaia, Vila Nova da Barquinha, o que podem ser os mais antigos vestígios de ocupações do Paleolítico Inferior datados até hoje em Portugal.

Na escavação, realizada este ano pela equipa internacional envolvida, desde 1999, no projecto Tempoar, Território, Mobilidade e Povoamento do Alto Ribatejo, foram pela primeira vez confirmados sinais de presença humana de há 300 mil anos, disse à agência Lusa Sara Cura, do Museu de Arte Pré-Histórica de Mação.
O sítio da Ribeira da Atalaia, ainda pouco conhecido em Portugal, tem vindo a ser escavado no âmbito do Tempoar, projecto que visa estudar o comportamento dos seres humanos que ocuparam o vale do Tejo na Pré-História e compreender como ocuparam o território, bem como a sua capacidade em gerir os seus recursos e a tecnologia utilizada, afirmou.
Sara Cura disse à Lusa que se pode afirmar com segurança que este é o sítio arqueológico em Portugal com uma datação absoluta mais antiga. Para a arqueóloga, constitui caso raro o facto de, num local ao ar livre, se encontrarem vestígios que vão do homem de Neandertal (300 mil anos) ao homem Moderno (24 mil anos), numa continuidade de presença difícil de encontrar. Além da datação segura da presença humana no local, conseguida graças ao estudo dos depósitos do rio Tejo, que permitiu saber a idade das indústrias, e a equipamentos sofisticados do Instituto Nuclear, os investigadores conseguiram identificar uma estrutura de combustão, uma fogueira, o que, disse, "é extremamente raro". O projecto tem dado uma atenção especial à transição de uma economia baseada na caça e recolecção para a agricultura e pastorícia, processo iniciado há cerca de 7.500 anos, adiantou. Este projecto de investigação interdisciplinar tem juntado dezenas de investigadores de diversas nacionalidades, bem como estudantes do Mestrado de Arqueologia que o Instituto Politécnico de Tomar (IPT) desenvolve em parceria com a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e de outras instituições.
Para Sara Cura, o potencial arqueológico deste sítio está longe de estar esgotado, uma vez que os testemunhos associados ao homem de Neandertal só começaram a ser estudados em 2006. Por outro lado, o local tem servido como "escavação-escola", acolhendo todos os anos estudantes de toda a Europa, em particular da Universidade de Trento (Itália), com a qual está estabelecido um protocolo de estágio, bem como dos investigadores de vários países que frequentam o Mestrado do IPT/UTAD em Mação. O projecto é coordenado por Luiz Oosterbeek em colaboração com Pierluigi Rosina, docentes do IPT, Sara Cura, do Museu de Arte Pré-Histórica de Mação, José Gomes, do Centro de Arqueologia de Vila Nova da Barquinha e do IPT, e Stefano Grimaldi, professor da Universidade de Trento.

sábado, 1 de setembro de 2007

O meu primeiro contacto com Deus



Não... este não é nenhum post religioso na sua essencia, nem eu me converti a uma dessas tão carismáticas igrejas evangélicas, no entanto tive uma experiencia curiosa nas ultimas férias que me fez repensar o conceito de Deus e a sua "utilidade".

Cumprindo ainda a promessa de me referir ás coisas menos boas da Suécia começo por relatar o meu primeiro grande trambolhão no desconhecimento das práticas da "casa".

Chegada á cidade de Gotemburgo: 22h. feliz temperatura de 14 ou 15 graus centigrados (um milagre); Establecimentos comerciais fechados, excepto as tradicionais lojas de conveniencia. Sentámo-nos esperando a chegada do Autocarro para o qual tinhamos no bolso o bilhete pré comprado via Internet. O dito cujo passaria ás 3h da madrugada, hora pela qual esperámos pacientemente. Entretanto, chegada a 1h da manhã são mandados fechar os portões da estação dos comboios que nos havia abrigado e fomos convidadeos a fazer tempo até ás 3 no agora "fresquinho"da noite suéca ... Quando se aproximou a hora prevista, rumamos ao terminal e esperamos pelo autocarro. Este terminal estava deserto, nem um sinal , nem uma informação , nem um mapa onde pudessemos confirmar as horas ou sequer as rotas da carreira... apenas um numero de telefone cheio de indicativos tao estranhos quanto a estranheza de se estar fora de casa. um pouco antes das 3 um autocarro para no terminal acusando rumar a copenhaga, capital da Dinamarca. Deixámo-lo partir e minutos depois quase davamos cabeçadas no alcatrão por não nos termos enfiado dentro do mesmo... sim, era aquele autocarro pelo qual haviamos esperado a noite toda, antes de chegar a copenhaga pararia em Malmo, local onde apanhariamos o Bus seguinte para o nosso destino. E logo agora que noite esta que havia arrefecido espantosamente ...

Apos a negação vem a aceitação e lá começámos a esboçar uma alternativa para saír da estação ... episódio que se revelou uma autentica saga digna de constituir o numero dois do Terminal de aeroporto protagonizado por Tom Hanks...

Felizmente, apenas uma hora depois da desgraça reabrem as portas da estação e pudémos usufruir da subida de alguns graus oferecida pelo abrigo enquanto decidiamos o plano B. Este constituia na compra de uma passagem de comboio... o pesadelo primeiro foi compreender qual seria o que passava na cidade para a qual nos dirigiamos, a cerca de 300 Km dali (eta tarefa torna-se verdadeiramente complicada quando tudo está escrito em suéco e não existem icones, mapas, ou desenhos que nos ajudem a compreender as rotas)... quando finalmente realizamos o percurso, restava-nos a parte "mais facil" : a compra dos bilhetes para a nossa viágem que teria inicio ás 6:55 da manhã. Revistámos todas as bilheteiras e nenhuma abria antes da hora da nossa partida. Constatámos também que os suécos não parecem conhecer o conceito de bilheteira com moedas... assim de nada nos serviam as kronas que tinhamos na carteira. O unico mecanismo de pagamento nas bilheteiras automáticas éra cartão... felizmente tinhamos conosco um mastercard... que claro, para piorar as coisas não funcionava de momento (viémos a confirmar mais tarde que havia sido uma falha temporária nos sistemas de comunicação com o banco)... assim não nos restavam muitas hipoteses se não a de pedir a alguém que generosamente nos quisesse comprar os bilhetes (caríssimos , como já havia referido no anterior post) com o seu próprio cartão que nos pagariamos o correspondente em dinheiro vivo...

É aqui então que entra a questão de Deus... provavelmente inventada na minha cabeça, mas a qual fez algum sentido neste momento de aflição...

10 minutos para a partida do nosso comboio e ainda não haviamos conseguido com que algém nos fizesse esse favor... eram várias as desculpas que nós próprios reproduziriamos provavelmente no lugar dessas mesmas pessoas (motivo pelo qual não as censuro) ...


Pouco mais de 5 minutos para a partida do nosso comboio e o desespero começava a apertar.. estavamos a ver-nos presos alí para sempre até que me dirijo já desesperadamente a um rapaz com traços sul orientais... Sinceramente não sei se seria indiano ou medio oriental, apenas sei que a sua resposta á minha solicitação foi inequivoca e espontaneamente diferente. Nas respostas negativas que havia ouvido antes confirmei a existencia da fracção de segundo necessária para esboçar uma mentira de "desenrasque", e a resposta deste rapaz revelou-se mais rapida e surpreendentemente positiva.

-- Yes, thats ok , I do it for you! No problem.

Já não me recordo se o meu coração acelerou com a surpreza, se diminuio com a sensação do "uff estamos salvos"...

A verdade é que dois minutos depois estavamos dentro do comboio com os nossos bilhetes. E, a justificação que provavelmente "inventei", ou quem sabe esboçei num acaso acertivo é que provavelmente uma resposta espontanea e positiva deste tipo poderá ter sido pré programada por uma ética moral de carácter religioso. (passo pré-conceito de associar tes e traços étnicos a religiões em concreto... foi neste momento uma questão pragmática)

Tive a oportunidade de conhecer virtualmente muitos muçulmanos, e , não obstante alguns traços que insisto "irracionalmente" em criticar, um elemento inegavel do seu ethos religioso é o de ajudar o próximo. Trata-se de uma práxis algo instantanea ajudar alguém em apuros e rejeitar o individualismo egoista e quase puramente capitalista no qual estão assentes as sociedades ocidentais.

Imagino que terá sido o que se passou naquele momento, e que talvez tenhamos sido ajudados por Deus, não pelo nosso, mas sim pelo Deus do outro....

Nunca saberei, mas tenho um certo gosto em acreditar que é verdade :)



Feira de Santana




Feira de Santana, uma cidade do estado da bahia, adquiriu essa designação por ser anteriormente e na sua génese uma feira de gado. Está situada a
89 km de Salvador. Auto - denominada rainha do sertão(não liguem à data da foto).














O colorido é evidente, o jumento (burro) tornou-se agora um animal desnecessário e é abandonado nas estradas (existem equipas de recolha que depois os transportam para instalações criadas para o efeito. Os donos nunca os vão buscar. O mesmo não acontece com cabeças de gado perdidas, o sector criado para a sua recolha está sempre vazio). Os burros foram substituídos pelas motos e são já utilizados como emblemas da "tradição".





























Na foto em cima pode ler-se na tarja: " A cultura de um povo é a sua identidade". A necessidade de alimento não pragmático que mantenha a auto-estima de grupo a níveis que permitam a sobrevivência.
Muita festa sempre, em cada esquina um bar ou um carro com colunas potentíssimas, passando música brega















A antítese daquilo que julgo ser a aparente organização Sueca.
As Baianas.