terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Delinquencia juvenil

Porque a Delinquencia Juvenil também é um problema antropológico aqui vai a sugestão de um filme a não perder.


Little Criminals (1995)









Ficha tecnica


Directed by : Stephen Surjik

With : Brendan Fletcher and Myles Ferguson

Runtime: 120 min

Country: Canada

Language: English

Color: Color / Black and White

Certification: UK:18 / Norway:15

Awards: 8 wins & 10 nominations

Filming Locations: Vancouver, British Columbia, Canada





Como o filme não está facilmente disponivel aqui vai o Torrent

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Novos caminhos, em velhas histórias

É inegável que a antropologia surge ligada nos seus primórdios, a processos de dominação e de integração forçada, é um facto, porque também ela é um "produto" social", como tudo o resto, no entanto como sabemos a integração e dominação realizam-se hoje através de bombas...numa altura supostamente de democracia e em que acabaram os estados coloniais. No meu entender, em tempos de globalização (inclusivamente do próprio conceito que se torna cada vez mais abrangente) a antropologia encontra novos universos de estudo, porque como sabemos, globalização não é o mesmo que homogeneização e nessa globalização aparentemente totalizante, surgem inúmeros movimentos sociais divergentes ou clinicamente considerados como inadaptados ou até patológicos. Numa sociedade com pavor da desordem, onde até a desordem interior tende a ser recalcada, a pretensa evolução da liberdade é apenas aparente, porque a segregação é cada vez maior e mais intensa, o que para mim é normal...o contrário seria a confirmação do mito da igualdade ou da liberdade, entre outros, em que não acredito. O que no fundo quero dizer, é que socialmente haverá sempre espaço para a antropologia, na medida em que com os seus estudos de caso, ela se debruça essencialmente sobre a diferença. Para mim, portanto, a antropologia deve ser a integração cultural da diferença e não a integração política, no entanto sei também que estando socialmente integrado (??), tendo a cair num plano pessoal, na crença de certos ideais inatingíveis e de valores praticáveis, visto que é um facto que a política, a religião, etc, se apropriaram daquilo que for antropologicamente útil. Complicado pois...ou talvez não, se considerarmos que a antropologia em vez de ser a negação dos ideais e valores dominantes, possa antes ser a sua desconstrução, desmontagem...compreênsão. Por exemplo, sei que os mitos existem e são tão naturais na humanidade, como a guerra (muito mais que a paz), o meu interesse não está em aboli-los, mas sim em simplificá-los, na complexidade para muitos inatingível da sua banalidade. Desconstrução, auto-conhecimento...um caminho sempre inacabado e para muitos desnecessário, quando para alguns uma bomba atinge objectivos de imediato e sem perder tempo...o mito de que se atingem sempre objectivos...a necessidade de o fazer...a fase anal sádica de George W. Bush e de outros políticos de todos os quadrantes. A aspiração ao domínio, a luta pelo poder, estará sempre presente onde existirem seres humanos ou animais irracionais, reconhecê-lo é um passo maior que a chegada à lua. Uma população informada, será por certo uma população menos dominável...pelos senhores do poder sem conhecimento...ainda que aí surgissem outros tiranos, não tenho dúvidas. O processo histórico e os seus produtos são algo de inacabado, o erro está em conceber o presente como a única verdade. Não acredito na verdade portanto.

domingo, 25 de fevereiro de 2007

Antropólogos nesta Sociedade: Futuro ou Abismo?

Ao ler a pequena discussão no post "Antropólogo VS. Político", pareceu-me de todo coerente traçar uma linha cognitiva sobre a posição dessa figura - o antropólogo - que cada vez mais não passa de um mito do século passado.
É inegavel a existencia de evoluções tanto no aspecto micro como no aspecto macro de uma sociedade qualquer, idependentemente do contexto económico, politico e religioso em que se insere. E que essas "evoluções" (prefiro utilizar o termo "mudanças" ou "alterações" devido ao uso nefasto que tenta dar um valor simbólico sempre positivo ao termo "evolução") resulta de confrontos constantes entre delirios pessoais com delirios colectivos. Ultimamente a visão de um antropólogo provoca uma série de reacções. Para o comum dos mortais, o antropólogo é um ser abstracto que serve "só" para estudar os primitivos, as "sociedades frias" de história repetitiva (cf. Lévi-Strauss), as tribos, etc. Ou seja, somos diariamente confrontados com frases como "Antropólogos? Ah...aqueles tipos que estudam as tribos em Africa...". Não que se afaste muito da realidade, ou pelo menos do passado do antropólogo, que foi muitas vezes confudido como agente do governo colonial, ora através de uma relação cognitiva de construção preconceituosa ora de forma conciente e complacente pelo próprio antropólogo. Mas as alterações ao longo do tempo desde do inicio do século XX provaram que o mapa de objectos de estudos era bem mais alargado que o que era oferecido pela situação colonial que entrava em declínio. Não só pelos acontecimentos históricos bem conhecidos, mas também pela crescente saturação de estudos de casos e etnogtrafias coloniais africanas e arredores do mundo industrializado dito civilizado por oposição.
Mas o que nos interessa (e peturba) é o real da situação presente. Podemos olhar de forma pouco interessada e relativista de que ainda existe muito campo para o antropólogo investigar e trabalhar. Claro que por conta própria, mas, nesse aspecto está em todo o cidadão com o mínimo de curiosidade e de capacidade económica (mesmo não tendo a formação académica para tal) partir em busca do seu objecto e desenvolver através da sua própria observação o resultado. Mas em termos profissionais, ou seja, como emprego em que desenvovle estudos a troco da contrapartida monetária (de acordo com a legislação em vigor referente ordenados minimos da dita Sociedade) é totalmente inexistente. Não só porque, por um lado os antropólogos são vistos. cada vez mais, como empecilhos ao poder politico local e poder central, bem como por outro lado levanta um certo número de questões éticas e morais. Este último aspecto é "uma espada de dois gumes": ora por permitir levantar a suspeita sobre todo trabalho efectuado de toda uma classe em que por motivos religiosos, culturais, étnicos ou políticos leva um antropólogo a apresentar um estudo de caso ou levantar outras questões, ora por que a utopia é uma abrastracção delirante e que é bem possivel a existencia de certos individuos que traiem a sua prespectiva científica a troco de algo mais (um cargo politico ou um lugar de relevancia no partido X, posiçao na empresa Y, dinheiros e outros prémios, etc.) e a corrupção pode tomar várias formas. É este confronto (a imagem actual do antropólogo perante o "poder" e a relação entre este "poder" e o antropólogo) que tem levado cada vez mais para o esquecimento a Antropologia.
Na minha opinião, perante a minha formação e capacidade de observação que a Antropologia encaminha-se para um caminho sem retorno, sem futuro para os formados. Um futuro que se encerra em visitas curtas e esporádicas ao campo de trabalho e cada vez mais fechado entre quatro paredes a ler clássicos de outros tempos. O caminho para a recuperação, a meu ver, começa tanto dentro da Antropologia bem como pelos próprios poderes instalados que adoram a estagnação.

sábado, 24 de fevereiro de 2007

Amor vs ódio

O amor e o ódio não são opostos, estão mais próximos do que se pensa. Secalhar aqui, faz sentido falar na relação triangular Freudiana, isto é, em vez de bipolarizar a questão em dois termos Amor vs ódio (na senda de Platão), incluímos um terceiro elemento, o sujeito que perante eles se posiciona e opera a passagem de um ao outro. Assim, o sujeito que odeia ou ama é o que há de comum entre estes dois elementos. No fundo, o que sucede por parte do sujeito é a deslocação para o anteriormente bom objecto, de características de outros maus objectos que assim classificou anteriormente. Projecta-se no que era bom, tudo aquilo que se conhece do mau e passa-se a odiar. Mais uma vez, tal decorre da capacidade ilusória do ser humano, que é o que verdadeiramente o distingue dos primatas. Constroi-se uma nova realidade, com base na imagética. Ilusão, a chave do bom e do mau, do amor e do ódio.

Antropólogo VS político


























No meu entender é bastante complicado para um antropólogo ceder a sua posição critica a um ideal ou partido político instituído que no fundo se apresenta como um arquétipo de filosofias mais ou menos puras, e como tal, tão repreensíveis como qualquer modelo ideal ou estático que se procure impor à realidade humana.

Obviamente reconheço que nada se faz sem sonhos, nada se concretiza sem apelos, sem “partidarismos” que concedam força ás causas. No entanto, e digo isto por experiência própria nesta minha igual tentativa enquanto futura antropóloga de ceder (enquanto cidadã) a minha força ás causas que defendo, confesso sentir sérias dificuldades em coadunar a consciência critica e relativista proveniente da minha formação que é por natureza relativista cultural e posicional com as normativas ideológicas que emergem forçosamente dentro dos partidos.

Tendo tomado consciência desta obrigatoriedade moral que parte da minha honestidade para comigo mesma, resta-me continuar apartidária (mesmo após as minhas rudimentares incursões nesse mundo tão atractivo que é a politica) e procurar o derradeiro elo que unifica coerentemente todas as minhas posições perante a realidade, politica, económica, cultural e social…que a avaliar pelo panorama político nacional, terei de ser eu mesma a descobrir.

Original post in www.sapiensgeneboosted.blogspot.com