domingo, 27 de setembro de 2009

Género e sexo/referenciais de identificação

Na sequência da investigação que venho realizando desde há algum tempo, em que um dos tópicos se refere à questão do género, sua diferenciação, identificação e vivência vivida nas experiências quotidianas, um dos principais ganhos na caminhada sempre inacabada e sempre insuficiente do conhecimento, que não raras vezes culmina num lugar tornado comum do "só sei que nada sei" ao ponto de esse chavão se tornar um símbolo do conhecimento, que ele próprio pretendia sentenciar como arrogante, simplesmente pelo facto de se estender ao infinito (porque sempre inacabado), segundo Hegel tornado finito perante o absoluto, esse sim o infinito só imaginável, consistiu na possibilidade que a investigação me concede de colocar as questões em perspectiva, de que emerge o carácter relativo do social. Assim, e na sequência da estratégia adoptada de postar tópicos avulsos que concedam aos leitores a possibilidade de serem eles próprios a preêncher os espaços "em branco", faço hoje uma referência a Kessler e McKenna, dois autores e pesquisadores que demonstram que a interpretação dos corpos através de figuras mostradas a indivíduos, pende claramente para uma análise maioritariamente masculinzada da questão; se um pénis está presente na figura, em 96% das vezes identifica-se o género masculino, pelo contrário, em 95% dos casos em que uma vagina está presente, são necessários mais dois elementos ligados ao feminino, peitos ou cabelo longo por exemplo (Kessler and McKenna 1978:145). Esta abordagem mostra que a questão de género e sua ambiguidade é maioritariamente resolvida tendo em atenção referentes masculinos, then genetic males who live as woman will be among those most at risk for assault. Simply put, within western societies, it is easier for females to pass as man than for males to pass as woman (idem: 145).
Kessler S. e McKenna W. 1978 Gender: An Ethnomethodological Approach,The University of Chicago Press: Chicago.

1 comentário:

Zé Camões disse...

Muito interessante esse estudo, confesso que o género não é um dos meus melhores domínios aliás juntamente com o parentesco formaram um dos meus maiores quebra-cabeças. No entanto achei muito interessante esta sua postagem, igualmente boa foi a leitura de textos etnográficos sobre o género dos Vezo, se não conhece faça por conhecer esta tribo de Madagáscar, têm uma interessante visão sobre o género.
Abraço.