Aquilo que pode ser normal, razoável, salutar, para a grande maioria, não nos fornece um critério de comportamento no caso do indivíduo excepcional. O homem de génio, quer pela sua obra, quer pelo seu exemplo pessoal, parece estar sempre a proclamar a verdade segundo a qual cada um é a sua própria lei, e o caminho para a realização passa pelo reconhecimento e pela compreensão do facto de que todos somos únicos.
Henry Miller, in "O Mundo do Sexo"
4 comentários:
Muito bom.
É justamente o que penso, a verdade é essa mesma, a nossa singularidade.
Ainda bem que voltou à blogosfera.
Abraço.
Faz lembrar uma t-shirt q dizia: "I am unique, just like everyone else".
É um debate complicado, este. Como encontrar o meio termo entre o reconhecimento da relatividade da normalidade e a norma[tividade] necessária à vida em sociedade? Como ser flexível e rígido em simultâneo? E se a chave é a observação caso a caso - pela lei, pela medicina, pelo senso comum -, como garantir a justiça?
Sobre a inexistência da normalidade 'real', mas antes da norma, tens um clássico: Le normal et le pathologique, de Georges Canguilhem.
Ora aí está. Eu já sugeri a alguns sociólogos (e eritero aqui a mesma convicçao) que deveriam começar por ensinar sociologia, nao por sociólogos consagrados e abstrusos para por dois homens com clara noçao do fenómeno social, o primeiro é o George Orwell que tem um livro que podia facilmente ser a introduçao à sociologia "The Road to Wigan Pier" a descriçao que ele faz das pessoas nesse livro é de um sociólogo.
o segundo é, precisamente, o Miller. Conhecido pelos seus livros despudorados foi também uma das pessoas mais lúcidas do seu tempo. Boa escolha! ;)
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