Referência biográfica a Gilberto Freyre, inventor do luso tropicalismo, reaproveitado e reinventado por Adriano Moreira, como o modo português de estar. Nascido em 1900, filho de um juiz de direito e catedrático de economia política, inicia o seu processo escolar no colégio americano Gilreath, encetando aquilo que se poderá apodar de uma educação livresca não tropical, aprende latim, francês e em 1930, quando a revolução derruba o regime, freyre que pertencia aos quadros da república velha, segue para o exílio (Castelo 1999:23), e após passagem por África chega a Portugal. Em 1931 lecciona como professor extraordinário da universidade de Stanford, entretanto havia já desempenhado funções oficiais junto das elites Brasileiras, por exemplo como oficial de gabinete do governador de Pernambuco, Estácio de Albuquerque Coimbra. Em 1933 conclui o livro sobre o qual nos debruçamos (casa branca e senzala) e em 1938 é convidado por Oliveira Salazar para ser membro da Academia Portuguesa de História (http://www.releituras.com/gilbertofreyre_bio.asp). A sua formação é ocidental, adapta conhecimentos da sua formação europeia e norte – americana (Castelo 1999:19).
Estas breves referências, de alguma forma dispersas, tem tão somente como objectivo, não o de retirar mérito à obra de inegável valor de Gilberto Freyre, mas sim o de a contextualizar, de chamar à atenção para o facto de pertencer às elites Brasileiras, porventura mais próximas de uma cultura europeia ou norte americana do que Brasileira, o que viria a culminar em 1938 com o reconhecimento de Oliveira Salazar, do seu mérito intelectual, através do convite que atrás fiz referência. Posteriormente e ainda no período de vigência institucional do estado novo, a doutrina de Gilberto Freyre será aproveitada como um elemento definidor do ser-se português, o modo português de estar no mundo (castelo 1999:13). Na actualidade revela utilidade numa identidade nacional que justifica a defesa da maior aproximação aos povos lusófonos, em nome da língua e da história comuns e de uma suposta sintonia cultural e afectiva (idem:13). Poderá ser afirmado que esta teoria de Freyre, ao ser recebida em Portugal, promoveu uma alteração na política e ideologia coloniais do estado novo (idem:14), quanto a esta dois momentos podem ser observados, um primeiro momento, situado nos anos 30 – 40, em que as teses de Freyre são recebidas com muitas reticências; e um segundo momento, a partir dos anos 50, em que o luso – tropicalismo é incorporado e adaptado pelo discurso oficial do salazarismo (ibidem:69), com respectivos usos políticos, desejando:
(…) extrair da sistemática que vimos esboçando sugestões que se apliquem à administração, à higiene, ao ensino, às indústrias, à medicina, à alimentação, à interpretação e orientação das artes, a métodos de catequese, quer da parte de Portugal, nas suas províncias tropicais, quer da parte do Brasil, nas suas áreas de autocolonização e nas suas relações com Portugal e com o ultramar português (Freyre 1958:14).
Estas breves referências, de alguma forma dispersas, tem tão somente como objectivo, não o de retirar mérito à obra de inegável valor de Gilberto Freyre, mas sim o de a contextualizar, de chamar à atenção para o facto de pertencer às elites Brasileiras, porventura mais próximas de uma cultura europeia ou norte americana do que Brasileira, o que viria a culminar em 1938 com o reconhecimento de Oliveira Salazar, do seu mérito intelectual, através do convite que atrás fiz referência. Posteriormente e ainda no período de vigência institucional do estado novo, a doutrina de Gilberto Freyre será aproveitada como um elemento definidor do ser-se português, o modo português de estar no mundo (castelo 1999:13). Na actualidade revela utilidade numa identidade nacional que justifica a defesa da maior aproximação aos povos lusófonos, em nome da língua e da história comuns e de uma suposta sintonia cultural e afectiva (idem:13). Poderá ser afirmado que esta teoria de Freyre, ao ser recebida em Portugal, promoveu uma alteração na política e ideologia coloniais do estado novo (idem:14), quanto a esta dois momentos podem ser observados, um primeiro momento, situado nos anos 30 – 40, em que as teses de Freyre são recebidas com muitas reticências; e um segundo momento, a partir dos anos 50, em que o luso – tropicalismo é incorporado e adaptado pelo discurso oficial do salazarismo (ibidem:69), com respectivos usos políticos, desejando:
(…) extrair da sistemática que vimos esboçando sugestões que se apliquem à administração, à higiene, ao ensino, às indústrias, à medicina, à alimentação, à interpretação e orientação das artes, a métodos de catequese, quer da parte de Portugal, nas suas províncias tropicais, quer da parte do Brasil, nas suas áreas de autocolonização e nas suas relações com Portugal e com o ultramar português (Freyre 1958:14).
Castelo, Cláudia 1999 “O modo Português de Estar no Mundo”: O Luso – Tropicalismo e a Ideologia Colonial Portuguesa, 1933 – 1961, Edições Afrontamento: Porto.
Freyre, Gilberto 2005 Casa – Grande e Senzala, Global Editora: S. Paulo.